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Influenza aviária deixa de ser exótica no Brasil, alerta auditora fiscal do Mapa

  • Foto do escritor: AVIMIG
    AVIMIG
  • há 11 horas
  • 3 min de leitura

A Influenza aviária de Alta Patogenicidade se tornou uma das maiores emergências sanitárias do mundo. O vírus, que já provocou a morte ou o sacrifício de mais de 630 milhões de aves ao redor do globo desde 2021, deixou um rastro de impactos sanitários, ambientais e econômicos em praticamente todos os continentes. A doença, que antes atingia principalmente aves silvestres, passou a circular com força na avicultura comercial, acelerando a disseminação e trazendo novos desafios para a saúde animal e para a segurança alimentar global. Casos crescentes em mamíferos ampliam a preocupação, reforçando a dimensão de emergência sanitária.


No Brasil, o primeiro registro ocorreu em maio de 2023, em aves silvestres no Espírito Santo. Desde então, foram identificados focos em aves de subsistência em diferentes estados, até que, em maio de 2025, surgiu o primeiro e único caso, até o momento, em um plantel comercial, rapidamente contido pelo Serviço Veterinário Oficial (SVO).


Até 10 de setembro deste ano, o Brasil já havia realizado 1.256 coletas de amostras e conduzido mais de 4,7 mil investigações relacionadas à Influenza aviária. No momento, quatro investigações seguem em andamento: duas em criações domésticas, nos municípios de São Paulo de Olivença (AM) e Mirante da Serra (RO), e duas em aves silvestres, em Selvíria (MS) e Guarujá (SP). Desde a primeira detecção, foram confirmados 185 focos da doença no país, sendo um em aves comerciais e 12 em aves não comerciais, além dos registros em populações silvestres.


No Brasil, a Influenza aviária deixou de ser considerada uma doença exótica, após registros de surtos do vírus em aves residentes de diversas regiões do país. Quem chama a atenção para essa mudança é a médica-veterinária Denise de Magalhães Viégas, mestre em Medicina Veterinária e auditora fiscal federal agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). “O desafio, agora, é garantir vigilância contínua, medidas de biosseguridade cada vez mais robustas e resposta ágil a qualquer foco. Para isso, o Mapa reforça a necessidade de responsabilidade compartilhada entre o Serviço Veterinário Oficial e toda a cadeia avícola”, expôs a profissional durante sua participação no Avicultor Mais 2025 – Frangos, Ovos & Peixes, evento que reuniu especialistas e lideranças do setor em Minas Gerais.


Para enfrentar e conter a disseminação da doença, o Brasil conta com diretrizes claras de vigilância ativa e passiva, que sustentam o Plano Nacional de Vigilância para Influenza aviária e Doença de Newcastle (DNC). O objetivo principal é fortalecer a capacidade de detecção precoce da infecção nessas duas doenças, tanto em aves domésticas quanto em aves silvestres. “Além disso, o sistema busca demonstrar a ausência de Influenza aviária e Newcastle nas populações comerciais, requisito essencial para a manutenção dos mercados internacionais, e monitorar o surgimento de novas cepas virais, com implicações diretas para a saúde animal e pública”, sustenta Denise.


O plano é estruturado em diferentes componentes de vigilância. Ele inclui a investigação de casos suspeitos de síndrome respiratória nervosa (SRN) em aves domésticas, a análise de eventos excepcionais de mortalidade em aves silvestres, a vigilância ativa na avicultura industrial e em aves de subsistência localizadas em áreas de maior risco, além do monitoramento em compartimentos oficialmente reconhecidos como livres de Influenza aviária e Newcastle.


A preparação para possíveis emergências sanitárias também é prioridade. Denise ressaltou que o trabalho do Mapa vai além da estruturação técnica e inclui ações de comunicação com o setor e com a sociedade. Campanhas de conscientização sobre biosseguridade e sobre a obrigatoriedade da notificação de casos suspeitos são ferramentas indispensáveis para ampliar a vigilância e garantir respostas rápidas. “A comunicação de riscos é parte essencial do processo. Precisamos que produtores, trabalhadores e a comunidade entendam que cada notificação é uma peça-chave na defesa sanitária do país”, afirmou.


Para a auditora fiscal, o enfrentamento da Influenza aviária só será possível com a união de esforços. “Estamos diante de uma emergência global que ameaça a agricultura, a segurança alimentar, o comércio e os ecossistemas. O vírus já está aqui e a defesa depende de vigilância ativa, biosseguridade rigorosa e, acima de tudo, da responsabilidade compartilhada entre produtores, técnicos e Serviço Veterinário Oficial”, enfatizou.



Denise de Magalhães Viégas, auditora fiscal federal agropecuária do Mapa: “Estamos diante de uma emergência global que ameaça a agricultura, a segurança alimentar, o comércio e os ecossistemas” – Foto: Jaqueline Galvão/OP Rural
Denise de Magalhães Viégas, auditora fiscal federal agropecuária do Mapa: “Estamos diante de uma emergência global que ameaça a agricultura, a segurança alimentar, o comércio e os ecossistemas” – Foto: Jaqueline Galvão/OP Rural

Fonte: O Presente Rural

 
 
 

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