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Frigoríficos devem ser as empresas mais beneficiadas com acordo Mercosul-UE

Foto do escritor: AVIMIGAVIMIG

As empresas do setor frigorífico do Mercosul tendem a ser as mais beneficiadas com o acordo entre o bloco e a União Europeia, cujas negociações foram concluídas nesta sexta-feira (6/12). A expectativa é que as exportações de carnes, produto de alto valor agregado, tenham aumentos relevantes.


Grandes grupos como JBS, Marfrig e Minerva são alguns que possuem unidades habilitadas para embarcar ao mercado europeu e podem ser favorecidos.


"É, de longe, o setor que mais vai se beneficiar. Quando um brasileiro conhece a Europa, ele se espanta com o preço elevado das carnes atualmente", afirma o estrategista-chefe da RB Investimentos, Gustavo Cruz, sobre o cenário de escassez de oferta na UE.


Na visão do especialista, o fato de existir uma lacuna no segmento de proteína animal no bloco europeu, que deve se traduzir em demanda para o Mercosul, foi um dos motivos que fez com que a cadeia pecuária da UE tivesse maior resistência contra o acordo.


Ações


Apesar do horizonte promissor, a conclusão do acordo não está mexendo com o desempenho das ações dessas empresas no pregão desta sexta-feira, na B3.


"Hoje, a notícia que os deputados querem desidratar a proposta de corte de gastos do governo federal está prevalecendo, puxando a bolsa para baixo", explica Cruz.


No entanto, ainda é possível que as ações tenham algum reflexo positivo, pensando nos benefícios de médio e longo prazo que o acordo Mercosul-UE trará para o mercado.


Dentro do acordo está estabelecida uma nova cota para exportações de carne de frango, por exemplo, no total de 180 mil toneladas equivalente-carcaça (50% com osso e 50% de carne desossada) com tarifa zero para embarque à União Europeia, que será compartilhada pelos países-membros do Mercosul.


A cota deverá ser atingida ao longo de seis anos (30 mil toneladas no primeiro ano, 60 mil toneladas no segundo, até alcançar o total de 180 mil toneladas). Após este período, a cota será de 180 mil toneladas anuais, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).


Também há cota para carne suína, no total de 25 mil toneladas (seguindo a mesma sistemática gradativa determinada para a carne de frango, ao longo de seis anos) com tarifa de 83 euros por tonelada.


Outras áreas


O estrategista da RB Investimentos diz que, no geral, a negociação comercial entre os dois blocos é muito positiva para o agronegócio.


"Se a gente pegar como referência o que aconteceu em outras partes do mundo, geralmente, depois de fechar acordos comerciais, você intensifica as exportações e importações entre os dois lados", ressalta.


Vale destacar que alguns setores podem ficar mais pressionados pelo aumento da concorrência com os importados, como os vinhos e lácteos.


"Agora, os vinhos da França, Itália, vão chegar mais baratos aqui. O setor de laticínios aqui no Brasil, a gente sabe que vai enfrentar uma concorrência forte da Itália, que já é referência no mundo por conta dos seus queijos, e também vão chegar com preços mais palpáveis para a população brasileira", pontuou.


Transformação do comércio


A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) afirmou que a conclusão do acordo entre Mercosul e União Europeia representa um marco diplomático histórico para ambos os blocos, “com potencial de transformar as relações comerciais entre as regiões de forma duradoura”.


Em nota, a associação diz que defende a formalização do acordo há mais de duas décadas e que, embora a entrada em vigor não seja imediata, a assinatura do tratado representa um “avanço significativo”.


A Abiec salientou que o acordo visa a complementariedade da produção entre os países sul-americanos e europeus.


“Em específico, o setor da carne bovina do Brasil reforça o seu desejo de parceria com o mesmo setor na Europa”, diz a nota.


No caso da carne bovina, o acordo estabelece quotas de 99 mil toneladas com tarifas reduzidas para 7,5% para os quatro países do Mercosul.


Suínos e frangos


A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) comemorou o anúncio da conclusão do acordo entre Mercosul e da União Europeia. Para o presidente da ABPA, Ricardo Santin, o acordo deve fortalecer ainda mais a relação entre os exportadores dos países do Mercosul e consumidores europeus. As novas cotas criadas pelo tratado deverão ser ocupadas, especialmente, por produtos de empresas brasileiras, apostou.


“A consolidação do acordo abre novas oportunidades de embarques para o mercado europeu, em condições mais vantajosas do que as cotas atualmente existentes para embarques de produtos brasileiros à União Europeia. As cotas atuais serão mantidas, e as novas estabelecidas pelo acordo deverão ser ocupadas, em especial, pelas exportações de produtos brasileiros”, afirmou Santin, em nota.


Entre janeiro e novembro deste ano, o Brasil exportou 205 mil toneladas de carne de frango para a União Europeia, gerando para o país receitas de US$ 749,2 milhões.


O acordo concluído nesta sexta-feira estabelece uma nova cota para exportações de carne de frango do Mercosul aos europeus no total de 180 mil toneladas equivalente-carcaça (50% com osso e 50% de carne desossada) com tarifa zero. A cota deverá ser atingida ao longo de seis anos, com aumento gradual do volume exportado e a estabilização ao fim do período.


Também há cota para carne suína, no total de 25 mil toneladas, com tarifa de 83 euros por tonelada, e que segue a mesma sistemática gradativa determinada para a carne de frango, ao longo de seis anos.


Atualmente, o Brasil tem cotas específicas para exportar carne de aves para a União Europeia. A maior é de 124,5 mil toneladas para frango salgado, com tarifa intracota de 15,4%. O volume exportado acima da cota paga tarifa de 1,3 mil euros por tonelada. Também existem cotas para exportação de frango cozido, preparações de frango e peru e frango e peru in natura.



A Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) destacou que, para a fruticultura brasileira, o acordo Mercosul-União Europeia abre portas para ampliar o acesso a mercados estratégicos e fortalecer a competitividade das nossas frutas nos países europeus.


"A redução de barreiras tarifárias faz justiça a competitividade brasileira no cenário global, visto que alguns países não tem barreira tarifarias para enviar suas frutas para Europa. Os exportadores de frutas brasileiras atendem as rigorosas exigências internacionais relacionadas a critérios sociais, ambientais e de governança. Esse avanço consolida ainda mais a fruticultura como um pilar fundamental nas exportações do agronegócio brasileiro", afirmou Guilherme Coelho, presidente da Abrafrutas.


Foto: Globo Rural
Foto: Globo Rural

Fonte: Globo Rural

 
 
 

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